seções mortais

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sábado, 3 de setembro de 2011

Para descontair nesse sabadão

Sapiando na net dias atrás,encontrei um texto muito hilario e dividirei aqui com vocês.É o seguinte:Eu passei mais ou menos por isso no minimo umas 5 vezes e me ví no autor do texto.

O dia que eu me caguei -por Phillipe do Mundo Gump

Poucas coisas na vida são tão constrangedoras quanto fazer cocô na calça. Eu me lembro de um dia em que estava na escola. Eu estava na segunda série. Lembro claramente da vontade de fazer cocô que me atacou subitamente numa aula de matemática. Mas eu era daquele tipo tão miseravelmente tímido que não tive coragem de falar com a professora que eu queria ir no banheiro. E mesmo que na remota hipótese de criar tamanha galhardia, seria tão inútil quanto pedir que uma pedra recitasse Shakespeare.

Aquela professora maldita nunca deixava nada. Então eu apenas segurei a vontade, com todas as minhas forças. E milagrosamente, ela desapareceu. Quando bateu o sinal do recreio, eu saí para o pátio, e passando em frente ao banheiro, ainda me ocorreu uma vaga ideia de comparecer ao recinto e liberar a carga por lá. Mas a vontade havia desaparecido por completo, e ante a possibilidade de desperdiçar cada milionésimo do meu precioso tempo do recreio, onde eu fazia experimentos sociais (como ver quanto tempo eu conseguia ficar olhando para uma menina sem que ela se desse conta) ou experimentos físicos (olhar com uma lente de aumento na direção do Sol) e biológicas (passar todo o recreio de olhos fechados tentando imaginar o que se passava ao meu redor, e com uma esperança de desenvolver algum poder ninja para evitar pescotapas e petelecos na orelha) e ficava parado ao sol, tentando fazer fotossíntese, preferi largar mão de banheiros infectos e me dedicar ao que realmente era importante: Ficar sem fazer nada.
Quando o sinal tocou, todo mundo correu de volta para a sala. Eu fui na boleira. Ao tomar meu lugar, percebi que a sensação incômoda voltava a me assolar como um fantasma perverso.
A vontade de cagar voltava, abrupta e incontrolável. Implacável.
A situação tornava-se a cada segundo mais calamitosa. Eu já começava a escutar as pessoas na sala falando ao longe. Tive medo de fazer uma viagem astral ali mesmo. Assustado, percebi que não conseguiria conter a fúria da natureza que já profanava os meus esfíncteres. A merda formava um aríete que chocava-se com a portinhola do meu fiofó. O castelo estava prestes a ruir. Mentalizei a distância da sala de aula até o banheiro mais perto, que ficava no fim de um corredor que se assemelhava ao de um campo de concentração. Talvez não houvesse tempo hábil para evacuar o castelo e impedir o estupro reverso que já se mostrava iminente.
Levantei o braço, numa tentativa quase  desesperada de chamar a atenção da professora. Talvez fosse verdade que milagres realmente acontecessem. Talvez uma luz vinda diretamente do céu atingisse a professora e ela se transfigurasse do demônio que era para uma santa mulher de paz e amor, com absoluta paciência e compreensão.
Vendo que ela me vira e me ignorou, rompi o protocolo sagrado no qual um aluno jamais suplica além de levantar a mão.
-Tia? Tia?
-Que? – Ela disse de soslaio, com as pálpebras em posição semicerradas. A tia era impaciente, detestável e enfadonha, como se marcada por um terrível sono do qual desejava acordar todos os dias, sem sucesso.
-Posso ir ao banheiro? -Perguntei, desejoso de que algo nela se apercebesse de minha aflição, de meu suor frio, de meu súbito e improvável ato de coragem de levantar o braço e, inconcebível, chamá-la, atraindo sua implacável atenção para a minha completa insignificância. Fiz o pedido e vi a professora tirar os óculos. Houve um breve silêncio na sala e um vácuo que pareceu não ter mais fim se apoderou dos meus sentidos. ELa se ajeitou na cadeira e me olhou de cima, como um mastodonte que do alto de sua gigantesca magnitude contempla a fragilidade de uma formiga. E então disparou:
- Não!
Fudeu. Nessa hora a merda colidiu com os últimos e desesperados esforços para que meu furingo se trancasse.
Diecionei toda minha atenção. Precisei reunir todas as forças do meu corpo para impedir o parto natural que ja se avizinhava no interior da minha cueca do Zorro.  Droga, logo na cueca do Zorro!
Precisei de tanta atenção para controlar o incidente que nem pude perceber os detalhes do gigantesco monólogo que meu pedido havia desencadeado. A mulher recitava mecanicamente um esporro padrão aos que poderiam ter ido ao banheiro na hora do recreio, mas preferiram desperdiçar o tempo jogando uma bosta de um futebolzinho no pátio. Desgraçada. Se ao menos ela soubesse que meus motivos eram mais nobres que um ridículo futebol…
Cada segundo era um suplício terrível a me martirizar. Eu já imaginava a cena. A vergonha histórica que se abateria sobre mim. Os apelidos de cagão… Os dedos que seriam apontados para mim.
Levantei e saí correndo porta afora.
Me lembro da pequena comoção que se instalou na sala, quando eu realizei um dos mais históricos atos de desobediência civil já registrados naquele colégio.
Eu corria pelo corredor de um jeito estranho. Cada passada impelia a merda a sair mais um pouquinho. Ouvi a professora gritando no corredor. O caos instalado na sala. O clima de rebelião.
Outros professores ouvindo a balbúrdia surgiram nas portas das salas. Uma delas tentou me segurar, mas eu a driblei.
Quando virei a esquina, faltavam pouco menos de dez metros para a porta do banheiro.
Foi aí que o universo conspirou contra mim. As últimas barreiras se romperam. A merda explodiu dentro da minha cueca, dramaticamente perto do banheiro.
Eu não consegui.
Ainda corri de um modo estranho até o banheiro e me tranquei num daqueles cubículos. Baixei as calças para examinar as condições.
Era a visão do inferno. Imagina o que ocorre quando um capeta muito mal morre? Ele vai para aquele lugar. O inferno do inferno, ou “cueca do zorro”.
Droga, logo na cueca do Zorro!
Tirei as calças e meio apavorado e angustiado, me sentindo literal e figurativamente na maior merda que eu já havia me metido até então,  tentei desesperado remover a pasta de bosta de dentro da minha cueca. Não teve jeito de salvar a cueca do Zorro. Ela estava emplastrada. Eu tinha medo de apanhar. O único jeito seria me livrar da cueca.
E se minha mãe descobrisse que eu me caguei? E se ela desse pela falta da ceca do Zorro? E se a professora estivesse do lado de fora, esperando para me levar -cagado – de volta para a sala, onde uma inesquecível sessão de torturas psicológicas certamente me aguardava?
Pra piorar, não tinha papel.
Isso me obrigou a realizar uma verdadeira proeza cagática. Com cuidado removi a cueca borrocada e me livrei dela, jogando-a no vaso sanitário e dando descarga.
Obviamente que eu não poderia prever que aquela simples manobra de eliminação das provas ocasionaria um puta entupimento do banheiro. Assustado, vi a água subir até a boca do vaso. Fez uma piscininha.
Sem solução imediata, comecei a passar a mão no rabo e lavar a mão na aguinha do vaso sanitário, até me livrar da maior parte dos blocos de merda que ainda restavam.
Abri com cuidado uma greta para ver se havia alguém no banheiro. Nada, apenas o silêncio. Pelado, com as calças na mão e já sem a cueca, passei para a outra cabine, na esperança de que ali ainda existisse um papelzinho higiênico para me salvar. Mas não tinha. E dessa forma, eu fui obrigado a repetir aquela estranha manobra até a sexta porta, quando me deparei com o Santo Graal das causas cagáticas: Um rolo de papel higiênico já na capa. Contei duas voltas e meia até o tubo de papelão. Teria que bastar.
Embolei o papel num chumaço e fiz o melhor que pude para eliminar todos os vestígios da lama. Recoloquei as calças, lavei as mãos e saí do banheiro, pronto para enfrentar a merda figurada.
A merda figurada se resumia a uma pequena comissão de três pessoas, que estavam do lado de fora do banheiro. A diretora, a coordenadora e a professora. A professora parecia possuída. Era a personificação do ódio.
Não sei como que aconteceu exatamente, porque foi tudo muito rápido. Elas me pegaram pelo braço e iam me levar para a sala, mas algo em mim denunciou a situação pouco usual no qual eu me encontrava e por conta disso, fui levado para a diretoria, onde eles ligaram para chamar meus responsáveis pra me buscar.
Estranhamente não levei bronca, não apanhei e não precisei prestar contas pelo desaparecimento da minha querida cuequinha do Zorro naquele dia.
 


Logo na cuequinha do zorro ????????? kkkkkkk



Muito bom esse texto.

Gostaram? se já tiveram experiencias desagradaveis como essas comentem aí.

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